Ainda estamos no final do segundo bimestre escolar, mas a neura já começou, o que eu chamo de terrorismo psicológico. Hoje, numa reunião semanal que fazemos na escola do Estado, nossa coordenadora já nos informou que não devemos deixar os alunos com notas vermelhas. Se ele tirou 3,5 é melhor arredondar pra 5 mesmo. É sério. Justificou-se ainda dizendo que se o aluno ficar com vermelha, temos que ter tudo documentado, provando o motivo pelo qual o incompetente, ops, o aluno, não teve nota. Continuou dizendo que diretora, supervisora e dirigente iriam lá na escola comprovar tudo.
É engraçado como as pessoas perdem o senso do ridículo. Francamente, um aluno no Estado só reprova se for por falta, e o fulano tem que faltar muuuuito. Tem mais, com nota vermelha só fica aquele que não faz, não entrega nada e não participa. Tem aluno analfabeto (e muito) que tem nota, por simplesmente participar da aula, dos debates. Mas agora eu teria que deixar todo mundo com notas bonitinhas, até o vagabundo que vai pra escola só pra quebrar tudo e traficar.
Aliás, quebrar tudo tem sido uma das disciplinas mais assistidas pelos pequenos lá da minha escola. Afinal, a molecada tem ido pra escola e tem ficado sozinha, das 13h às 18h20. Não temos professores, a maioria afastados por motivo de doença. Eu mesma fiquei um mês por causa da cirurgia. Não temos professores substitutos, nada. Sendo assim, as crianças ficam lá, largadas, sem aprender absolutamente nada (que preste). Mas nem é só isso. Os que tem aula também estão prejudicados, pois junte cinco turmas de 40 alunos sem professor e veja se com o barulho que eles fazem é possível estudar. E não são só cinco salas por dia sem professor.
Por que será que diretoras, supervisoras, dirigentes, quando sentam a bunda na cadeira fofinha nunca mais voltam pra sala de aula? Será porque o trabalho é um lixo? Será que por acaso não é esse povo mesmo que está jogando o meu trabalho no lixo?
Acreditem, já sou uma espécie ameaçada de extinção.
Embora a música do título seja do Queen, agoratô ouvindo Semáforo, do Vanguart. Veio bem a calhar também.
Hoje é terça-feira
O céu borrou a cor
Ó minha mão do céu
Ó meu pé do chão
Ó minha mão do céu
Ó meu pé do chão
Eu não ouço vocês
Eu não ouço vocês (mais alto)
Eu não creio em vocês
Só acredito no semáforo
Só acredito no avião
Eu acredito no relógio
Só acredito
Eu só acredito
29.6.10
Keep yourself alive!


28.6.10
Tamanhos
48 ainda é um tamanho grande, eu sei. No mundo das lojas Marisa e C&A ainda são números considerados 'especiais', ou seja, de gordo mesmo. Mas é muito bom ver a evolução da coisa.
Estou com 40 dias de operada, bem, mais feliz do que dias atrás, na dieta pastosa. Já como arroz, carne, caldinho de feijão, purê de batatas. 11kg off.


23.6.10
Abraçoterapia
Então eu voltei a trabalhar.
Trabalhar numa escola do Estado de SP é uma missão. Missão impossível sem o Tom Cruise. Segunda voltei, toda serelepe, até feliz pois estava reencontrando pessoas que gosto muito, tanto colegas de trabalho quanto alunos mesmo. As colegas me deram uma força imensa durante o período que fiquei em casa, ficaram me ligando todos os dias, e isso me fez muito bem. As crianças... a maioria deles eu convivo já pelo terceiro ano. Quando pensamos nisso, vejo que eles são tão próximos de mim que tenho medo do dia em que não nos veremos mais. Os conheci ainda na infância, hoje são adolescentes, cresceram na minha frente, dentro da minha sala de aula toda decorada por eles mesmos.
Mas eles não sabem o motivo do meu afastamento. Por algum motivo que não sei explicar, não contei pra eles nada sobre a cirurgia. As colegas todas sabem, aliás, nem todas, só as mais próximas. Hoje mesmo cruzei com uma professora no corredor que me perguntou se eu estive doente. Minha escola é grande, por período temos mais ou menos 50 professores por ali. Ou deveríamos ter, mas isso é assunto pra outro post.
Mas o melhor de tudo isso é mesmo o abraço. As colegas quando me viram me abraçaram, perguntaram como eu estava, etc. Mas o melhor abraço não é esse, é o das crianças. Abraços apertados, sentidos mesmo, às vezes mais de um por vez, acompanhados de frases como 'pro, não falta mais, ficamos com saudade' ou 'Como a senhora está? Tá melhor? Não vai mais faltar, né?' Abraço apertado deveria estar na lista de direitos básicos do ser humano, é muito bom.
Mas apenas um, UM aluno quase matou a charada. O Allan, o que me corrigia lá na quinta série, em 2008, dizendo 'É Állan, pro, Áááállan'. Ele entrou na sala, olhou pra mim e disse 'Olha só, a pro ficou um mês no spa, voltou mais magra pra escola!'. E me abraçou também. Isso foi bem bom.


16.6.10
Top Five - Músicas que fazem chorar
Pensei em criar uma ordem pra elas, mas não consegui. Deixei na ordem que coloquei inicialmente mesmo. Ia colocar umas do Chico Buarque, mas teria que criar um top five só dele. Tá, não resisto: Funeral de um lavrador, Valsinha, Gente Humilde, Gota d'água e Deus lhe Pague. Pronto, falei.
A Lista - Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
O que me importa - Tim Maia (com a Marisa Monte também é lindo lindo)
O que me importa
Seu carinho agora
Se é muito tarde
Para amar você
Um dia, um adeus - Guilherme Arantes
Só você prá dar
A minha vida direção
O tom, a cor
Serra do Luar - Walter Franco
Amor vim te buscar em pensamento
Cheguei agora no vento
Amor não chora de sofrimento
Cheguei agora no vento
Virgínia - Mutantes
Vá embora e feche a porta
Tenho frio!
Vá embora antes que eu chore
Tenho frio!
Vou trancar-me
Para nunca mais abrir
Pro sabor dos nossos sonhos
Não fugir
15.6.10
Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide
Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores
(...)
Nem um dia, Djavan
Ps: Nem gosto do Djavan, mas essa fala tudo hoje.
8.6.10
Sobre pecados, penitências e o paraíso.
Eu tenho certeza de que estou pagando penitências. Sim, penitências pelos meus pecados, 30 anos de gula. É impossível não pensar nisso cada vez que entro num shopping ou num supermercado. Ou então em ocasiões como a de hoje, um filme que eu veria no SESC foi cancelado. E então eu tava lá, vestidinha, perfumada e maquiada, antes das 20h sem nada pra fazer. Em outros tempos isso não seria problema nenhum, era só ir pra algum lugar e comer, ou, na pior das hipóteses, comprar algo no mercado e ir comer na casa do namorado. O que eu fiz? Peguei o carro, voltei pra minha casa e tomei minha sopa sem graça mais uma vez.
É, certeza, isso é penitência. Quem mandou comer feito uma louca por 30 anos e dois meses?
Ao menos tem um lado bom, estar eliminando peso, esse talvez seja o paraíso a ser alcançado após todos pecados pagos. Mas dentro de um mercado, esse lado bom briga feio com o lado ruim. Sabe o diabinho e o anjinho? Estão de degladiando aqui.
Eu sei, a escolha foi minha, mas eu também quero reclamar, pô.


6.6.10
A vida começa a voltar ao normal.... ou quase.
A médica me liberou pra dirigir com 15 dias de operação. É claro que no 15º dia eu já quis sair com o carro. Mas esperei mais um pouco, não estava tão segura. Quando foi no 16º dia, aí sim, eu tava preparada, (ou a beira de um ataque de nervos). Peguei o carro e fui até o shopping comprar piercings novos, afinal, os meus eu perdi na afobação do pré operatório. Isso foi pela manhã, e ainda fui ao SESC com o namorado fotógrafo assistir um filminho a noite. Oba, foi minha declaração de independência.
No sábado, 17 dias de operada, fui a um show em São Paulo, Anneke van Giersbergen e Danny Cavanagh no Blackmore Rock Bar. Bem bacana, o show foi ótimo, fiz até fotos. Mas não foi muito fácil ficar me esticando pra ver algo com 16 pontos na barriga. Me esticando sim, porque aos 1,54m do solo, fica muito difícil ver algo no palco.
Só não posso dizer que a vida voltou ao normal, totalmente. O show terminou antes das 21h. O que eu fiz? Voltei pra casa. Sem pizza, sem habbib's, sem batata frita com cerveja. Já tô sonhando com uma pizza...


2.6.10
Duas semanas
A partir de hoje eu já posso dirigir, e logo mais mudo um pouco a minha alimentação, que vai mudar de líquida pra pastosa. Os meus 16 pontinhos na barriga já estão todos fechados, o buraquinho do dreno ainda não, mas tá fechando. Os pontos eu tiro no mesmo dia em que mudo minha alimentação, dia 07/06. Tá chegando.
É estranha a sensação de que eu deveria estar feliz, saltitante, afinal, operei, consegui o que eu queria, tô eliminando peso, etc. Mas na realidade, não é nada fácil ficar fechada em casa o dia todo. Não sei se é isso, ou a falta de mastigar alguma coisa que tá me dando uma deprê daquelas. Já faz alguns dias que estou me sentindo como se estivesse naquelas TPMs das mais brabas, vontade de chorar o dia inteiro mesmo.
Não tenho vontade de ler, não tenho vontade de assistir nada na TV. E olha que não é por falta de opção, minha cunhada me mandou uma sacola cheio de DVDs bacanas, tenho dois livros, um dela também, inteirinhos pra ler. Simplesmente não consigo.
Será que isso vai passar? Será que vai melhorar com a mudança da alimentação? Será que meu humor mudou pra sempre? Será que é normal?
Acho que vai passar.


26.5.10
Uma Semana


23.5.10
Sobre um divisor de águas na minha vida, minha cirurgia
• Uma parte do intestino delgado é desviada retardando a mistura do alimento com os sucos digestivos para evitar a absorção calórica completa.
Resultados:
• Média de 77% da perda do excesso de peso um ano após a cirurgia;
• Os estudos mostram que após 10 a 14 anos, os pacientes mantiveram 60% da perda do excesso de peso;
• Estudo do ano 2000 mostrou que 96% de certas co-morbidades, tais como dor nas costas, apnéia do sono, aumento de pressão sanguínea, diabetes tipo II e de pressão diminuíram ou foram curadas;
• Em muitos casos, os pacientes relataram uma sensação precoce de saciedade combinada com uma sensação de satisfação, que reduz a vontade de comer.
Riscos:
Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo nível de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para este procedimento:
• Baixa absorção de ferro e cálcio;
• Anemia crônica devido a deficiência de vitamina B12;
• Ocorrência de Síndrome de Dumping quando consome-se muito açúcar ou grandes quantidades de comida;
• Dilatação da bolsa gástrica;
• A parte desviada do estômago, duodeno e segmentos do intestino delgado não podem ser facilmente visualizadas usando Raio-X ou endoscopia.
Procedimentos abertos para a Cirurgia da Obesidade utilizam os mesmos princípios da Laparoscópica. Portanto, produzem semelhante perda de peso.
Essa abordagem é indicada pela nossa equipe somente em situações clínicas muito adversas, como um fígado extremamente gorduroso e com hiperdimensões.
Informações retiradas do site da equipe médica que me operou, a equipe do Dr. Afonso Sallet.


18.5.10
Virada Cultural 2010
Meu terceiro ano na Virada. Algo me dizia pra não ir. Não vai, não vai, você precisa se resguardar, precisa descansar pro que vem por aí (próximo post eu explico o que vem por aí). Mas eu fui. Já desde o início, quando vi a programação não fiquei lá muito empolgada. Esperava como a maior atração o Rick Wakeman, mas nada, ele não veio. Sobrou pouca coisa interessante pra ver, mas mesmo assim, resolvi ir.
Nesse ano a Virada sofreu algumas alterações, como por exemplo, a maior distância entre palcos. E como estavam longe! As melhores e maiores atrações estavam distribuídas em três ou quatro palcos no centro, mas em pontos tão distantes, que era impossível assistir a dois shows em menos de 1 hora. Pra quem quer ver de tudo um pouco, a peregrinação foi grande. Aliás, sugestão pra organização da Virada: criem um roteiro de peregrinação pro ano que vem, algo como um caminho da fé em nome da arte, com distribuição de fitinhas e tudo mais. É sério, quem quer ver o máximo que pode, cansa, machuca os pés, passa sede e fome. É uma peregrinação, um sacrifício mesmo. Seja lá quem for, o santo protetor das artes deveria abençoar a gente!
Uma ótima surpresa foi no palco da Vieira de Carvalho, no Largo do Arouche. Lá tocou o Desengonçalves (André Abujamra e Guilhermoso). Os caras tocam músicas do Nelson Gonçalves, que já são clássicas só pelas letras, mas todas com arranjos de rock, algumas punk rock. Sensacional! Um show que eu quis ver e não me agradou foi o da Patrulha do Espaço. Já tinha visto várias vezes, mas nunca com o Percy no vocal, e o próprio não fez a lição de casa. Nitidamente sem ensaio, foi um show bem sem graça, muito aquém do que costuma ser um show da Patrulha. Uma pena. Ah, olha só, como esquecer de falar da muvuca? Minha gente, o Largo do Arouche estava simplesmente inpraticável lá pela hora do show do Sidney Magal. Não só pela atração, mas lá mistura-se o público do show com o pessoal das baladas GLS, vira um vuco vuco só. Acredite, tinha até um carro divulgando um candidato a sei lá o que, de um partido intitulado de Partido do 3º Sexo. É.
Tanta coisa longe demais... Não vi Zélia Duncan, Arrigo Barnabé, Palavra Cantada, Arnaldo Antunes. Na verdade, acho que só faltou isso do que me interessava, e ainda assim, não valia a correria. O Arnaldo eu acabei vendo quando passei pelo Titãs. Gente, é sério. Como é que o Titãs hoje em dia ainda atrai tanta gente? A pista vip virou o inferno na Terra durante o show deles. Poupem-me.
Louco demais também foi a Suspensão Corporal na Galeria Prestes Maia. Aquilo é sensacional, e digam o que quiserem, vendo aqueles ganchos na carne da garota que estava sendo suspensa, até senti um pouco de inveja. Aquilo deve ser uma adrenalina única na vida. É sensacional a expressão de dor misturada com uma satisfação louca, uma euforia mesmo. Incrível.
O que mais? Importante dizer que a Virada tem duas caras, só quem vai a noite e volta durante o dia é que entende isso. A noite as ruas de SP são tomadas por bêbados, loucos, pessoas transando, vomitando, caídos, adolescentes em sua maioria. Mas no domingo tudo muda... domingo lá pela hora do almoço é possível encontrar famílias passeando onde outrora parecia um campo de batalha. Engraçado isso, parece outro evento mesmo. Só não muda a sujeira e o cheiro de urina, que é presente no centro inteiro.
Se eu gostei? Gosto sempre, não presto. A gente sofre, morre de tanto andar, mas eu sempre gosto e sempre falo que no ano que vem, talvez não valha a pena ir. Ano que vem a história se repete, já ouvi falar que Rick Wakeman vem em 2011.
Fotos aqui:
http://www.flickr.com/photos/belgasparotto


7.5.10
Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Tem dias mais difíceis do que os outros.
Não sei o motivo, mas tem dias em que simplesmente não consigo mais ouvir aquele papo idiota de 'bacana mesmo é a Bel, gordinha que se gosta, se garante, tá sempre pra cima.' Hoje na escola ouvi isso, senti vontade de sair correndo. Na verdade eu estou saindo correndo, poucos sabem, mas estou.
Se garantir? Quem fala isso não imagina o que é entrar numa loja e ter que levar a roupa que tem no seu tamanho, e não a que você quer. Não sabe o que é ouvir as pessoas dizendo 'nossa, mas você come tão pouco...' e interrompendo antes que diga '... então por que é tão gorda?'. Não sabe o que é olhar todos os dias no espelho e imaginar-se em outra vida, em outro corpo. Não sabe o que é ter que arrumar mil e um artifícios pra um homem olhar pra você sem ver o seu peso. Tornar-se atraente apenas pela inteligência e um pouco de beleza no rosto é, muitas vezes, desgastante. Não sabe o que é sentir-se como um prêmio de consolação, com tanta mulher gostosa no mundo, é isso que às vezes eu sinto. Rosto, sorriso bonito é o caralho. Tô de saco cheíssimo disso.
Neura? Sim, às vezes sei entrar numa neura profunda.
Amarga? Às vezes também sou.
Viu? Não me garanto, não sou 'pra cima' o tempo todo. É só olhar no espelho que não dá pra ficar muito pra cima.


5.5.10
3.5.10
Síndrome da Segunda-feira
A síndrome começa a se manifestar no domingo, logo no entardecer. Nesse horário geralmente ela ainda é bem amena, ainda tem algum barzinho, alguma reunião de amigos, ou ainda o cansaço de um dia cheio. Ela se agrava mesmo quando ouvimos a voz do Zeca Camargo na TV, é o Fantástico. Impossível negar que a programação da Globo conduz as horas do dia, mesmo que você não a assista. O Fantástico é o marcador que diz que seu domingo foi pro saco, e com ele todas as possibilidades de diversão e ócio.
O ápice da síndrome manifesta-se quando você acorda na segundona. Um sono anormal, uma dor no corpo como se você tivesse escalado o Everest no domingo sem ter feito nada. Os olhos ardem e geralmente apresentam cor avermelhada e lacrimejam. A garganta geralmente dói, raspa, você mede rapidamente a temperatura do corpo, "será que estou com febre?'. As manhãs de segunda geralmente são mais frias do que todas as outras da semana, motivo pelo qual sente-se enorme dificuldade para sair debaixo das cobertas, ainda que essa coberta seja apenas o lençol.
Superada a fase mais aguda da síndrome, ela tende a ir desaparecendo em aproximadamente 8 horas. Mas durante todas as 8 horas (ou até mais) ela manifesta-se em forma de um mau humor ácido, corrosivo. Só acaba mesmo no momento em que chega-se de volta do trabalho, geralmente o momento derradeiro é na hora do banho ou do jantar.
O tratamento ainda é muito é raro e por vezes ineficaz. Um bom feriadão na própria segunda-feira ou mesmo na terça-feira evita a síndrome. Outro tratamento não tão eficaz é não trabalhar nas segundas, mas existe grande possibilidade de ocorrer uma mutação e o paciente desenvolver a síndrome da terça-feira.
Por onde ando com mais frequência:


29.4.10
Dona Filomena
Um dos personagens da minha infância foi a Dona Filomena. Resolvi escrever sobre ela porque sonhei com ela essa noite. Dona Filomena foi minha vizinha de muro até meus 26 anos. Quando saí daquela casa ela já beirava os 100.
Lembro-me de um dia, eu estava nas primeiras séries do ensino fundamental, acho que na segunda ou terceira série, e tava vendendo uma rifa da escola. A cada número vendido ganhávamos nem lembro o que. Aí fui chamar a Dona Filomena no muro pra vender pra ela, que comprou vários números e também as filhas dela compraram, eram várias filhas, 4. Na hora de colocar o nome dela no número vendido, ela pediu que eu escrevesse, pois ela não sabia escrever. Incrível como isso mexeu comigo na época. Acho que a primeira maior alegria da minha vida, que eu me lembre, foi quando eu me dei conta de que sabia escrever, aí descobri que a minha vizinha tão querida, quase uma avó, não sabia escrever o nome. Essa imagem até hoje é muito nítida na minha cabeça. Lembro dos dedos dela, morenos, pele escura e muito enrugada, com uma aliança grossa no dedo, me passando o papel da rifa pra eu escrever seu nome.
Outro dia que é tão vivo na minha lembrança como se fosse hoje foi quando achei que minha mãe tinha me abandonado. Minha mãe vivia falando que ia sumir de casa, irritada com a bagunça que eu, meu irmão e meu primo fazíamos. Falava o tempo todo que ia fugir de casa. Ela sempre fazia a gente dormir depois do almoço, provavelmente pra dar um sossego pra ela, mas eis que, numa tarde acordei e não a vi em casa. Meu pai estava trabalhando, meu irmão devia estar na escola. Era uma tarde de inverno, tinha uma neblina que não dava pra ver nada na rua, aquele frio. Saí correndo, pulei o portão e entrei na casa da Dona Filomena, chorando, dizendo que a minha mãe havia me deixado sozinha. Ela calmamente me levou até a sala, ligou a televisão na sessão da tarde, me deu chá e bolachas e me acalmou até a minha mãe chegar. Ela tinha ido só até o mercado, mas pareceu uma eternidade. Minhas duas avós moravam longe de mim, acho que no fundo eu via a Dona Filomena como a minha avó por adoção.
Dona Filomena morreu faz alguns anos, logo que saímos da casa vizinha dela. Mas ainda tenho a imagem dela mais nítida do que se fosse uma foto. Morena, cabelos ralos, um brinco de ouro, da mesma cor da aliança, avental bordado, sempre de avental. Saudade.


27.4.10
Pensa num domingo perfeito
* Acordar na cama dele
* Pegar o carro e ir pro Ibirapuera
* Chegar e pegar um sol lindo, num céu lindo
* Assistir um show em homenagem aos 100 anos do Adoniran Barbosa
* Ouvir músicas que fizeram parte da minha infância, que lembram a minha relação tão breve com meu vô
* Quando acabar o show, olhar pro relógio e decidir que dá tempo de ir pra Paranapiacaba
* Chegar lá e almoçar na Lourdes, R$10 e come-se até sair rolando
* Encontrar amigos queridos na Vila
* Assistir mais um show, agora do Renato Teixeira, bicho-grilismo na veia
* Ter ao lado alguém que acompanha no mesmo pique tudo isso
* Isso sim é um domingão!



Tá chegando, menos de um mês!
Então a data da mudança da minha vida tá marcada, será dia 19/05. Ninguém lê isso aqui, mas se alguém resolver passar e quiser saber qual a grande mudança, vai ter que esperar chegar mais perto. Até lá, vou preparar um dossiê, um histórico de tudo. O diário tá mudando de propósito.

Por onde ando com mais frequência:
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http://www.formspring.me/belgasparotto


20.4.10
Quanto pó!
Isso aqui anda tão sem graça que ando pensando em assassinar meu próprio diário. Verdade é que a minha vida não tem nada de tão interessante que interessa assim a tanta gente. Minha vida anda tão desinteressante que recentemente criei aquele formspring e não consegui ter 10 perguntas, eu acho. Ou eu sou uma mala aberta ou ninguém quer mesmo saber nada de mim. A segunda alternativa é muito mais provável.
Ok. Tirado o pó, fecho de novo o diário e guardo mais um pouco. Acredito de verdade que algo muito interessante vai acontecer nos próximos meses, aí ele poderá voltar a ser útil. "Voltar a ser útil", quanta pretenção a minha, rss...
Ficou com pena? Visita lá, comenta, pergunta, xinga. Tô sofrendo de carência virtual mesmo.
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5.4.10
Titãs e a minha vida
Dica de filme hoje: Titãs - A vida até parece uma festa (2008)


1.4.10
Penas, testosterona e a grana que não vem
Lá vamos nós, mais uma história de um dia difícil na escola.
Temos 21 salas só no período da tarde. Hoje, 12 professores faltaram, ou seja, 12 turmas sem professores, zanzando pela escola, correndo, gritando, quebrando tudo. 12 turmas de 40 alunos cada, 480 adolescentes ociosos das 13h às 17h30.
Em determinado momento, achei que fosse presenciar algo que nem sei como definir. O fato foi o seguinte: 5 meninas de uma sétima resolveram brigar na mão com outras 2 de outra sétima pra descobrir quem era o grupo mais popularmente chamadas de galinhas. Até aí, tudo bem, algo até corriqueiro entre a faixa etária delas. Seria só mais um dia normal se não fosse um grupo de meninos no meio incitando a confusão já babando e com os olhos brilhando, meninos que sonham em trabalhar num filme pornô, os putos da escola, os chamados garotos prostitutos (acreditem, eles se autodenominam assim na sétima série).
Por uma fração de segundos, imaginei que ali aconteceria um bacanal, juro. Eu e uma outra professora ainda pensávamos se íamos lá separar ou se preparávamos a câmera do celular pra filmar e ganhar uma grana quando uma das diretoras, entidade temida até por nós, professoras, apareceu e, só com sua presença, dispersou o provável bacana hard core.
Uma pena pra todo mundo. As meninas ficaram com cara de quem tava quase lá e ficou chupando o dedo, os meninos realmente ficaram chupando o dedo, e nós, professoras, nada de uma graninha com filmes pornôs hard core. Putz.


19.3.10
Filha modelo: procura-se
Poucas coisas me deixam tão puta quanto a situação que eu vivo na minha casa. Não é minha casa, na verdade. Tenho 30 anos, moro com meus pais, e a cada dia se torna mais evidente que não moro com eles, moro DE FAVOR com eles, isso sim. É mais ou menos como se a moradia fosse a parte deles, e a minha parte fosse ser uma filha de 10 anos. Acontece que esse modelo não me cabe mais.
Hoje fui ver uma amiga, 5 anos sem vê-la. Amiga de longa data, queridíssima, morando no exterior. Saí do trabalho, encontrei-a, jantamos e fomos continuar a conversa na casa dela. A conversa foi cortada depois da 1h da manhã, afinal, trabalho no dia seguinte. Ao sair, olhei o celular, 9 ligações perdidas de casa. Justificativa? Não pensaram que eu voltaria tão tarde, eu estou errada. Detalhe? Eu entro só às 13h no trabalho.
Das duas uma: ou jogo meu celular no lixo, ou saio de casa. Pensando bem, as duas opções devem ser o passo para a felicidade.


17.2.10
O ano nem começou direito...
... e eu já tô irritada com a maravilhosa organização da minha escola. Da minha escola não, claro, da Secretaria da Educação de SP.
Os alunos entram em sala amanhã. Os cadernos do aluno, a tal apostila que o Estado manda pra eles, já chegaram. Mas eu não vi nem a cor de nenhum. Que ótimo, é lindo falar na televisão que o material do aluno já chegou, que tá investindo trocentos mil reais nisso e blá blá blá. O que ninguém sabe é quando os professores, os mesmos que terão que trabalhar com tais materiais, terão acesso ao mesmo.
Ok, primeiros dias de aula é melhor trabalhar de outra forma. Quem sabe um texto sobre meio ambiente, sociedade, relacionamentos, etc.? Só se for passado na lousa ou ditado, afinal, não se tem onde tirar cópias na escola. Durante todos os anos que tenho de magistério sempre coloquei dinheiro do meu bolso pra fazer cópias de atividades, textos, provas. Mas chega uma hora que só o valor que eu gasto é que aumenta, meu salário não. Logo, só idiota pra continuar gastando seu dinheiro no que nem o Estado gasta, real melhoria dos métodos de ensino.
E o ano tá só começando...


9.2.10
Adolescência
O calor estava infernal. Janeiro. Ela na cama, lendo uma revista, ele no computador, a mãe dele na sala, assistindo qualquer coisa na programação dominical, é tudo igual mesmo.
Não bastando o calor que fazia, ainda tinha aquele calor próprio dos namorados quando impedidos de ficarem como desejam. Abraçaram-se, beijaram-se e o clima esquentou mais alguns graus. A porta do quarto aberta, seria muita bandeira fechar, na TV alguém voltando pra terra natal. A cada segundo a temperatura aumentava, e a cada suspiro vindo de fora do quarto se largava, se recompunham, e logo depois recomeçavam. Até o suor que escorria da pele fazia barulho.
Como em todos os dias quentes, a tempestade se anunciou com ventos fortes, refrescando um pouco o ambiente. Logo nas primeiras rajadas de vento, puff! Cai a rede elétrica, em casa volta logo e com ela alguém ensinando a adestrar um cão, escuridão total na rua.
Ela decide ir embora, passa pela sala, despede-se. Ele vai atrás, bate a mão no interruptor da luz da garagem, fingindo acender a luz. Na garagem, breu total. A tempestade alivia o calor, mas não os ânimos. Tal como acontece no clima, outra tempestade anuncia-se, tendo o beijo como os primeiros raios e trovões. Ninguém na rua, nem próximo de onde estavam, na garagem. Entre os corpos o que ocorre é uma tempestade tal qual a que vem do céu, vem violenta e rápida como as chuvas de verão, rápido só para aliviar a sede da terra e clarear o céu, rápido pra não dar tempo pra ninguém perceber, rápido só pra refrescar.
Ainda durante o último beijo, aquele já mais calmo, os dois se recompõem. Não chove mais, o céu já tem estrelas. Foi embora se sentindo uma menina fugindo dos pais, fazendo tudo o que não se pode fazer, tudo escondido. Aos quase trinta, é bom se sentir uma adolescente. Com a vantagem de ter um carro, claro.


4.2.10
Dias de fúria
Pra ler ouvindo Pé na Porta, Soco na Cara, do Matanza.
Foi difícil, mas acho que entendi que os meios de comunicação mais atuais do que o telefone, como orkut, twitter, blog e msn são tão práticos quanto o precursor. Prá quê tanta gentileza afinal? Não quer falar com alguém, simplesmente desligue na cara, ou melhor, tire do gancho.
Já tentei ser educada, gentil. Sempre detestei insistência, e hoje temos por toda a internet um bando de loucos que vivem mendigando contatinhos, depoimentinhos, fotinhos, etc. Quando é desconhecido é simples, clico no ignorar, bloquear, negar, e por aí vai. Problema é quando a insistência vem de alguém conhecido, não amigo, claro.
Decidi que foda-se o que os outros pensam e quantas vezes vão se revoltar pela minha falta de civilidade, companheirismo, delicadeza, amizade. Amizade? Será que amizade não é algo recíproco? Deveria ser pelo menos. Se eu não tenho interesse numa amizade, não rola, sorry. Egoísmo? Sim, talvez. Mas realmente, amizade que não acrescenta nada, e se perigar, subtrai, não é amizade, é muleta. Por isso acho que hoje a palavra amizade anda subvalorizada, acham que amizade é uma obrigação. Acredite, tem gente que acha que temos obrigação de sermos seus amigos. E que fique bem claro o tipo de interesse ao qual me refiro, ok? Não falo em vantagens, falo em experiências a serem trocadas, emoções, conversas, risos, segredos. Isso tudo, a afinidade, faz de alguém interessante ou não, na falta dela.
Esses dias fiz uma limpeza nos meus contatos e e-mails. Quem importa ficou, quem não importa, sorry, mas não acho necessário ficar fazendo política de boa vizinhança a troco de nada, ou pior, tendo prejuízos ridículos. Aos quase 30, é isso que decido e acho que tenho esse direito. Egoísmo, sim. Mas piedade e pseudo amizade não sustenta nem acrescenta. Como disse, periga sair no prejuízo.
Ou fazia isso, ou cometia um suicídio virtual.


Filmes
A Festa da Menina Morta
É o primeiro filme dirigido por Matheus Nachtergaele, e diria eu que é um filme diferente de tudo o que eu já vi. Não é nada inovador como o cinema novo, por exemplo, mas causa um certo estranhamento.
A história se passa numa comunidade ribeirinha do Amazonas, e gira em torno da tal festa da menina morta. A menina desapareceu há 20 anos e, na época, um cão entregou os restos do vestido da menina a outro menino, que ficou conhecido como Santinho e passou a 'fazer milagres' e benzer o povo da comunidade. Santinho é interpretado por Daniel de Oliveira, na minha opinião, um dos melhores do cinema nacional atualmente. Santinho é um jovem destemperado, egoísta e mal educado, porém, reverenciado por toda a comunidade. Todos os preparativos para a festa acontecem mesmo sendo contra a vontade do irmão da menina, que não acredita na santidade do rapaz.
Se eu tivesse que descrever o filme com um adjetivo só, utilizaria 'amargo'. É um filme amargo, me faz falta alguma delicadeza, não sei dizer ao certo o que falta. Com certeza não falta uma ótima direção, uma ótima interpretação dos atores, nem a maravilhosa fotografia, mas é um filme pesado sim. O momento de maior delicadeza, na minha opinião, é uma cena de incesto gay, aparentemente, o único momento de satisfação, de alegria do Santinho.
Recomendo, não deve ser passado em branco, mas prepare-se, não é um filme fácil.


30.1.10
O rádio fala comigo, eu tenho certeza.
ESPERANDO AVIÕES
Vander Lee
Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações


26.1.10
20.1.10
Mais pequenos prazeres
Em Santo André chove torrencialmente. Agora já não tanto, mas pouco tempo atrás ruas inundaram, carros parados e perdidos por todos os lados. Todo dia agora é isso. Assim como todo dia também meus pais brigam e me fazem pensar como a vida a dois, debaixo do mesmo teto, deve ser impossível ao longo dos anos. Sinceramente, pensando rapidamente, não consigo pensar num casamento que durou muito tempo. Tô falando de casamento onde o casal vive junto e bem, e não apenas dorme junto, no sentido literal da palavra.
Cheguei agora em casa, todos dormindo, no escuro da sala eu sento pra aproveitar aqueles pequenos momentos, pequenos prazeres que me permito quando estou sozinha. Luz apagada, som dos pingos caindo no chão já encharcado. De vez em quando um vento balança as árvores na frente de casa, são muitas e fazem muito barulho, é maravilhoso. Um som baixinho vem do quarto do meu irmão, alguma música, acho que da Ceu. A única luz é essa, a que vem da janela da sala, fornecida pelas lâmpadas da praça que acabaram de ser consertadas.
Um pouco triste, um pouco melancolica, uma dor de cabeça infernal. Acho que é a dor de cabeça só.


14.1.10
PARANORMAL SCRIPTEASE
Pra quem viu Atividade Paranormal e odiou como eu, esse vem nos redimir!


13.1.10
Um pouco de sentimento hoje
Essa música já não é nova, faz um tempo que venho escutando nas rádios, mas eu adoro a letra dela. Tão simples, tão profunda, e tão eu. Gosto demais!
SENTIDOS
Christian Oyens/Zélia Duncan
Não quero seu sorriso
Quero sua boca
No meu rosto
Sorrindo pra mim
Não quero seus olhares
Quero seus cílios
Nos meus olhos
Piscando pra mim
Transfere pro meu corpo
Seus sentido
Pra eu sentir
A sua dor, o seus gemidos
E entender por que
Quero você!
Não quero seu suor
Quero seus poros
Na minha pele
Explodindo de calor


12.1.10
Variação sobre o mesmo tema
Cidade Baixa
Mais uma variação do mesmo tema: dois amigos, uma mulher. Lázaro Ramos e Wagner Moura são Naldinho e Deco, donos de um barco e trambiqueiros de primeira. Dão carona a uma prostitura, Karina, que acaba envolvendo os dois, que são amigos de infância e garantem, entre brigas e ciúmes, que não é uma boceta (isso mesmo que dizem, não sou eu, ok? rss) que vai separá-los. O filme deixa em aberto várias questões, amizade, amor, tesão.
Além da história que prende (mas não muito), tem a fotografia, impecável. Cores e enquadramentos lindos, dramáticos como o filme. Isso sim, na minha opinião, é o melhor do longa, a fotografia. De resto, meio que 'mais do mesmo'.


9.1.10
Pequenos prazeres bobos
Agora é 1h30m da manhã. Quem acompanha o blog sabe que moro na casa dos meus pais. Agora estão todos dormindo e é a hora em que posso me permitir meus pequenos prazeres, e são coisas tão ridículas que precisavam mesmo de um post.
Andar descalça pela casa, já tenho quase 30 anos, sei que vou sujar o pé e sei que não vou ficar doente coisa nenhma, isso era só pra não sujarmos os pés.
Aproveitar e deitar no sofá da sala, de camisola, sem me preocupar se tem algo aparecendo. Melhor ainda de camisola e sem calcinha.
Respirar o ar puro de quando meu pai não está por perto, o homem é uma chaminé.
Ouvir o silêncio de quando minha mãe não está por perto pedindo/reclamando/pergundando sobre as coisas mais variadas.
Fazer xixi com a porta do banheiro aberta (sonho em ter uma casa pra fazer isso todo dia, será algum fetiche doentio? Não gosto que me vejam, só não gosto das portas fechadas).
Ligar a TV em qualquer canal, pode ser aquele de leilão de jóias, ou de vendas de eletrodomésticos, só pra olhar o colorido, sem ninguém reclamar.
Sentar-me a mesa da cozinha, com o micro, digitar um texto, sem ninguém fumando, falando, gritando, brigando, só o som dessas teclas e do meu irmão afinando o violão no quarto fora de casa.
Será que isso tudo é tão absurdo? Preciso sair de casa.


7.1.10
Sem palavra
Sou uma mentirosa, sem palavra. Acabei de ver o filme de hoje, poucas horas após dizer que não assistiria nada.
No olho do furacão
Assim como o ABC da Greve, esse também é um documentário originado durante um estudo para outro filme. Toni Venturi (que depois dirige Cabra-Cega) e Renato Tapajós investigam e entrevistam pessoas que estiveram na linha de frente da luta armada durante a ditadura militar brasileira. Quatro pessoas contam como era seu cotidiano durante a guerrilha, pequenas coisas como amizades, festas, pequenos prazeres, as dores dos primeiros assassinatos, tudo é contado pelos entrevistados. Relatos sobre torturas são poucos, até porque a filmografia e literatura sobre o tema são vastas. Interessante demais ver uma senhorinha, vovozinha mesmo, contando que fazia sequestros e coisas do gênero. Nenhum deles se arrepende de nada e levam uma vida aparentemente normal.
Sinceramente, nem sei se esse documentário foi lançado comercialmente, o que eu tenho é uma gravação da Senac TV. Maravilhas da internet no nosso lar.
Se gosta do tema, assista Cabra Cega também, o produto final dessas entrevistas. Filme muito sensível sobre a guerrilha, com uma trilha sonora sensacional, da Fernanda Porto.


6.1.10
Pausa?
Hoje acho que não quero ver nenhum filme não... momento de instrospecção.
in.tros.pec.ção
[Do ingl. introspection.]
S. f.
1. Observação da vida interior pelo próprio sujeito; exame que alguém faz dos próprios pensamentos e sentimentos.
Primeira conclusão:
Preciso mudar de emprego, mas não sei nem por onde começar. Nem sei o que mais eu sei fazer além de lecionar. Aceito dicas.


O que posso dizer? É a história de Camila, uma garota que vive intensamente, cria situações afim de ter história para escrever em seu blog, que pretende transformar em livro. Nunca gostei muito da interpretação da Leandra Leal, ela é linda, mas nunca curti muito não. Nesse filme parece que ela amadureceu bastante, parece que tá perdendo o jeito de 'menininha', conseguiu dar um ar mais 'puta' pra personagem. Mas ainda assim é uma puta bem meiguinha, rss.
Nome próprio me lembra muito outro filme, chamado Nina. Personagens complexas, que lutam pra ir contra a sociedade, pelo direito de viver fazendo arte, quase marginal. O filme só peca no fim, que me pareceu vazio demais, parece que acaba no nada. Se interessou? Segue abaixo o clip com algumas imagens do filme e a música que citei lá no começo, do Porcas Borboletas.


5.1.10
E o filme de hoje é...
Segunda-feira, nada melhor do que ir ao cinema, certo? Mas veja bem, escolha o filme certo... Atividade Paranormal


4.1.10
PROJETO UM FILME POR DIA, OU DOIS
Ontem foram dois, a noite tava mais quente que o inferno, não conseguia dormir. Melhor aproveitar o tempo...9 Songs
Filme não recomendado para menores e pessoas com falsos pudores. Trata-se, de forma muito geral, de muito sexo com música. O filme mostra a relação de um casal que se conhece num show, e as cenas vão intercalando um show, uma (como dizer sem ser vulgar) trepada. Mas o bacana mesmo é como o sexo é mostrado, explícito, mas sem ser vulgar, o que diferencia o filme de um pornô. Sim, é um filme adulto, tem cenas fortes e definitivamente não é um filme pra ser assistido em família. Mas é bem bacana.
O sono não veio, resolvi assistir outro.
ABC da Greve
Esse eu tinha baixado faz tempo, e não tinha visto ainda, sei lá por qual motivo. O documentário retrata as greves no ABC paulista no final dos anos 70, exatamente no momento em que Leon Hirzman, o diretor, fazia pesquisa de campo para o filme Eles não usam black-tie. O filme não foi lançado na época, precisou ser restaurado para só então chegar ao público em 1990. Claro que contou aí o sentimento 'bairrista', afinal, é demais assistir a um filme todo rodado aqui, no ABC, onde moro desde que nasci. Conta também o fato de ter crescido ouvindo falar sobre essas greves, e sobre a ascensão no nosso atual presidente, o Lula. Ótimo documento histórico!


PROJETO UM FILME POR DIA
Chegou o período das férias e como não viajei, o tédio me consome. O ano foi tão cheio de projetos na escola que resolvi seguir na mesma linha e implantei o ‘Projeto um filme por dia’. Como tudo, já comecei meio errado, então hoje vou postar os dois que já assisti, afinal, a idéia original é falar sobre cada um dos filmes no dia seguinte.
Dia 01/01 – De Olhos Bem Fechados
Eu sei, eu sei. Eu fico com vergonha de não ter visto esse filme até então, mas antes tarde do que nunca. E como vivi tanto tempo sem vê-lo? As cenas são mais envolventes do que a história, e tem uma trilha sonora maravilhosa. Incrível como numa tomada é possível saber todo o estado de espírito do personagem, sem ele nem ao menos esboçar uma palavra, truques de Kubrick. Destaque, lógico, para a cena da ‘festa privada’ num castelo. Se não sabe do que falo e se interessou, precisa ver!
Nacional com Matheus Nachtergaele acho que não tem lá muito o que errar. O filme retrata o dia-a-dia massacrante de gente simples de Recife. “Dia após dia e não pára nunca’, diz a personagem principal. Agora, sejamos francos: alguém aí já viu um filme em que a Dira Paes não faça papel de vagabunda? Veja bem, nada contra as vagabundas da Dira Paes, pelo contrário, são todas ótimas. Se não consegue imaginar a mulher de outro jeito, assista, vale a pena. Aliás, só pelo Nachtergaele já vale a pena.


15.12.09
Super High Tech


11.11.09
Coisa de mulherzinha


26.10.09
Mais confissões
Sabe quando a gente passa uma vida toda driblando algo que a gente já sabe, mas prefere fazer de conta que não sabe? Aí, quando nos damos conta, a verdade é tão verdadeira que assusta.
Acho que tô me sentindo um patinho feio hoje.
Numa vala qualquer do teu cemitério racional
Numa esquina qualquer da tua cidade natal
E é um Deus nos acuda
Ninguém te ajuda
De madrugada quando as fadas dizem: "!tchau!"
E o que se escondia no porão
Sai pelos poros pela transpiração
E lava tua alma
Lava de vulcão
Porão - Fernando Deluqui/Humberto Guessinger


19.10.09
Confissões Musicais
A educação já não me satisfaz, cada dia vejo ela se deteriorar, pouco a pouco, e me sinto de mãos atadas. Hoje ouvi uma história de que nota 3,5 arredonda-se pra 5. Desde o início do ano se quero trabalhar num ambiente limpo eu mesma devo varrer minha sala. Até o estacionamento do shopping aumentou, menos o meu salário. Mas ainda sou bem moça pra tanta tristeza...
CANTEIROS
(Fagner roubando um pedaço do poema Marcha, da Cecília Meireles)
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.


7.10.09
Pata dodói


28.9.09
Dos interesses
Era uma vez uma menina que não via maldade em ninguém. Nos tempos mais remotos já ajudava os colegas da sala de aula com os deveres, trabalhos e contas. O tempo passou e ela sempre acumulou elogios à sua prestatividade, sua prontidão. Era capaz de ouvir durante horas uma amiga chorando, perder um domingo de sol pra ajudar nos deveres da escola, acordar cedo num sábado só pra acompanhar alguém numa missão.
O tempo passou mais um pouco e chegou a maturidade. Um dia percebeu que seus problemas, quase todos, sempre ficaram em segundo plano. Um dia ouviu falar que qualquer relacionamento só acontece na base da troca e a partir daí começou a analisar tudo o que recebeu e tudo o que compartilhou. Percebeu que as maiores frustrações ao longo da vida, até então, foram decorrentes de falta de atenção, pouco caso, falta de compromisso das pessoas que ela considerava mais próximas.
Notou que o problema dos outros sempre foi maior, os dela sempre foram quase nada, segundo plano. Notou o número de telefonemas e recados recebidos com os dizeres 'preciso de um favor seu', comparou esse número com o tanto de vezes que pediu algo pra alguém e foi atendida.
Percebeu ainda o quão disponível sempre se colocou a todos que precisassem, e comparou com o tanto de disponibilidade que sempre encontrou ao seu redor. Percebeu ainda o quão traída nessa disponibilidade ela já foi. Quantas vezes deixada pra trás, falando sozinha, pedindo pra ajudar.
Naquele dia percebeu que teve pouquíssimos amigos durante a vida. Boa parte desses amigos, alguns ainda presentes, sempre estiveram interessados na ajuda, na disponibilidade. Quando ela não existe, desaparecem. Naquele dia ela desejou como nunca o egoísmo. O desejo passou rápido, ela nunca foi egoísta e ao menos disso pode se orgulhar.
Os amigos? Passou a analisar antes o que cada um quer dela. Deseja apenas os que a procurem por nada, de graça, assim como ela procura as pessoas. Tornou-se uma pessoa mais sozinha, mas ainda insiste em acreditar nas pessoas. De graça.


14.9.09
A dor e a delícia da inclusão digital
Ontem assistindo a um video do Deep Purple de 10 anos atrás e conversando sobre o mesmo show, senti uma ponta de nostalgia. O ano era 1999, o video em questão era In Concert With the London Symphony Orchestra, e o mesmo show aconteceu em São Paulo, no Via Funchal, mas eu não estava lá. Quem esteve conta histórias incríveis, como por exemplo, o público pedindo pra ouvir rock enquanto a Orquestra Sinfônica de São Paulo tocava. Outro ponto alto deve te sido todo mundo saindo do lugar e correndo para perto do palco quando Dio entrou. A cara de inveja do Gillan também deve ter sido algo memorável.
Esse é um dos inúmeros shows que só sabemos o que os presentes contam, ninguém tinha câmeras fotográficas digitais que cabem no bolso da calça, nem celulares que filmam, nem filmadoras ultra compactas, nada. Para entrar com uma câmera num show era necessário saber onde escondê-la. Opções não faltavam, mas faltava coragem pra enfiar uma câmera no pacote de pão de forma, ou dentro de um panetone sem o recheio, ou abrir um pacote de salgadinho e vedar de novo... não era fácil, só valia a pena se a câmera fosse boa mesmo e se você fosse ficar lá na frente.
Hoje todo mundo tem um celular que tira fotos razoáveis. As câmeras digitais que fotografam e filmam com qualidade aceitável são tão pequenas e fininhas quanto uma carteira, e não precisam ser escondidas. Quando começa o show, pra quem assiste do fundo da platéia, o número de visores acesos é um espetáculo a parte. No dia seguinte é possível assistir ao show inteiro pelo youtube e ainda salvar fotos da apresentação.
Mas não acho ruim isso tudo, pelo contrário, acho o máximo poder rever alguns detalhes perdidos durante o show, ou até ver como foi em outros países, em outros estados. O que me intriga mesmo são aquelas pessoas que durante o show inteiro ficam tirando fotos delas mesmas, de costas para o palco. Já cansei de ver grupos inteiros de amigos que durante o show conversam, riem, fotografam, mas tudo entre eles, como se a banda fosse apenas um acaso. Não contentes, essas pessoas costumam atrapalhar quem está ali pra ver o show, pois tentam falar num volume mais alto do que a banda, sem falar nos malditos flashes na nossa cara. Eu não vi, mas sei de fonte segura que num show tinha um cara filmando ele mesmo cantando, de olhos fechados, como se fosse ele o rock star.
Muita coisa mudou em apenas 10 anos. Pra melhor e pra pior.


9.9.09
Top Five "Gosto mas tenho vergonha" - Categoria Música
Sabe aquela música que você fica off line no msn pra ouvir? Ou aquela que quando começa a tocar no rádio, você olha dos lados pra se certificar de que não tem ninguém te vendo cantar? Pois é, todo mundo gosta de alguma coisa que tem vergonha de gostar. Lá vai meu Top Five de músicas que difamam meu bom gosto.
NACIONAL
05 - Sidney Magal - Tenho (Tenho um mundo de sensações! Agora já é até cult)
04 - Blitz - A dois passos do paraíso (Puta breguisse aquela hora que o Evandro Mesquita fala como se fosse um radialista, mandando a música pra uma ouvinte, nossa, que vergonha)
03 - Lulu Santos - Várias, várias, várias (O cara é um arrogante, prepotente, só por isso não merecia que eu gastasse minha saliva cantando seus versos pobres e pops... mas eu não presto, gosto)
02 - RPM - Olhar 43 (Não dá pra resistir, Louras Geladas também é demais. Mas é brega pra caramba)
01 - Absynto - Ursinho Blau Blau (Pô, cresci ouvindo, não resisto)
INTERNACIONAL
05 - A-Ha - Crying in the rain ou Take on me (Anos 80 na veia)
04 - Bon Jovi - I'll be there for you (Hoje em dia já não tenho mais tanta vergonha, mas na adolescência tinha que ouvir escondida)
03 - Trio - Da da da (Que p*** era essa, afinal?)
02 - Linear - Sending all my love (Lembra dos cabelos desses caras?)
01 - Bangles - Eternal Flame (Essa é pra cantar gritando dentro do carro, com os vidros fechados, claro)
Isso tudo só me ocorreu porque a última, Eternal Flame, realmente tocou hoje no rádio, eu estava no carro, voltando pra casa. É tão brega que me dá vergonha do espelho. Mas cantei, feliz:
Close your eyes, give me your hand, darling,
Do you feel my heart beating?
Do you understand?
Do you feel the same?
Am I only dreaming?
Is this burning an eternal flame?
De arrepiar, heim?


1.9.09
Ibira e sua fauna
Domingo eu e o jornalista (faz tempo que não o chamo assim, rss) fomo ao Parque do Ibirapuera. Eu sei, eu sei, Ibira é muito clichê, todo mundo vai lá, todo dia, super cartão-postal, tá, eu sei. Mas adoro ir lá pra não fazer nada, só andar um pouco, sair daqui. Mas bonito mesmo é analisar a fauna que ali se encontra.
Não tô falando dos vários bichos estranhos que circulam por ali, como os que nadam, os que voam, os que correm da gente, nem dos que correm até a gente na ponta de uma coleira. Tô falando daquela fauna que circula por lá, andando mesmo. Essa fauna divide-se entre os emos, os homos e os pasmos.
Entre as duas primeiras classes os atos mais praticados são em geral correr, borboletear, gritar, agarrar, beijar, e alisar o cabelo já meio ensebado pra um único lado, todo o cabelo. Vestem-se e agem de tal forma que impossibilita a definição do sexo em grande parte dos casos.
O cabelo merece um tópico especial. Em geral não são alinhados, premia-se aqueles que conseguem achar naquela cabeleira dois únicos fios do mesmo tamanho. Difícil também é achar um que não de nojo de chegar perto, parece que cheira mal mesmo. Embora sejam totalmente desalinhados em uma cabeça, são idênticos quando analisados em várias cabeças, todas próximas. Lembra aqueles 'cabelinhos' que tinha no playmobil, que só mudava a cor: amarelo, marrom, preto, branco. Ah não, branco não tem, mas tem verde, azul, rosa, etc. É uma fauna bem diversificada e colorida.
As roupas também são bem estranhas às vezes. Nem sempre, mas é muito comum vê-los com roupas de oncinha, zebrinha, tudo muito justo, provavelmente pra aumentar a cara de sofrimento. Beijam-se, agarram-se e fotografam-se desesperadamente.
Os pasmos, bem, os pasmos apenas observam o que não dá pra não observar e escutam comentários que os fazem pensar na maravilha que seria se a audição fosse voluntária, como a visão. Mas os pasmos emocionam-se mesmo quando, por acidente, acabam deixando o carro num lado do parque habitado apenas por um dos grupos, os homos. Mas os pasmos também brincam, correm, beijam, conversam, riem, tudo em menor grau do que os outros, com bem menos alarde. Mas deve ter um monte de pasmos por lá, loucos pra migrarem pros outros grupos.
Eu? Apenas observo, pasma.


27.8.09
Top Five
Chega de reclamar da vida aqui. Vou começar uma série de Top Fives!
O primeiro é algo que pensei ontem, quando comentei pela net com o senhor namorado que as músicas do Paradise Lost me deixam louca pra algumas práticas nada convencionais pra esse tipo de música... Então lá vai, Top Five Fuck Songs!!!
- 05 - The Doors - Não todas, mas algumas como L.A. Woman, Five to One, Moonlight Drive, Roadhouse Blues... The End não, só serve pra suicídio.
- 04 - HIM - Todas, a voz daquele homem é o suficiente pra me deixar louca.
- 03 - Stooges - Várias, a principal é I wanna be your dog. Bem sugestiva essa.
- 02 - Paradise Lost - Algumas como Requiem, You own reality, Ethernal, etc
- 01 - Portishead - Todas, todas, todas.
Já acabou? Putz, não deu pra citar Depeche Mode (Dave Gahan, que voz, que voz!), Massive Atack... Isso sem falar nas músicas soltas pelas baladas por aí, como Soft Cell, Eurithmics, Rammestein, Sisters of Mercy (outra voz enlouquecedora) e Joy Division.
O próximo Top Five deve ser confessionário.


11.8.09
Vergonha na cara, eu tenho.
Então tá... o recesso escolar foi prorrogado em São Paulo, o Estado, como sempre, ATRASADO. Mas o atraso é de se esperar, levando-se em consideração o interesse de quem estava em jogo. Agora, na hora de voltar, a grande preocupação, a reposição. Ok, aos sábados é possível, só gostaria de saber em qual escola todos os alunos e professores comparecem aos sábados. O que se vê é meia dúzia de alunos em cada sala, enrolando pra passar o dia e sem merenda.
Agora, o Sr. Secretário da Educação diz que algumas aulas podem ser repostas na Semana do Saco Cheio. HELLLOOOOOO!!!! Isso não existe no Estado!!! Na faculdade existe, mas certamente não é algo legalmente aprovado, é 'decretado' pelos alunos. No Estado trabalhamos direto de agosto até 21, 22 de dezembro! S eo Sr. Secretário da Educaação não teve a capacidade de olhar, simplesmente OLHAR um calendário escolar, era bom que isso fosse logo providenciado. 200 dias letivos? Já foi dito que não seriam obrigatórios, mas o Sr. Secretário manda mais, e tem que mostrar isso, vai repor sim.
Uma amiga me disse que é só pra inglês ver. Não acho que inglês seja tão burro, nem eles cairiam nessa. Tem dias em que sinto VERGONHA de ser professora do Estado. VERGONHA de ter um secretário que não sabe o que é um calendário escola. Ah, e claro, se não teve a capacidade de olhar um pedaço de papel, muito menos conhece a realidade na sala de aula.
Só VERGONHA me resta.

