1.9.09

Ibira e sua fauna

Domingo eu e o jornalista (faz tempo que não o chamo assim, rss) fomo ao Parque do Ibirapuera. Eu sei, eu sei, Ibira é muito clichê, todo mundo vai lá, todo dia, super cartão-postal, tá, eu sei. Mas adoro ir lá pra não fazer nada, só andar um pouco, sair daqui. Mas bonito mesmo é analisar a fauna que ali se encontra.

Não tô falando dos vários bichos estranhos que circulam por ali, como os que nadam, os que voam, os que correm da gente, nem dos que correm até a gente na ponta de uma coleira. Tô falando daquela fauna que circula por lá, andando mesmo. Essa fauna divide-se entre os emos, os homos e os pasmos.

Entre as duas primeiras classes os atos mais praticados são em geral correr, borboletear, gritar, agarrar, beijar, e alisar o cabelo já meio ensebado pra um único lado, todo o cabelo. Vestem-se e agem de tal forma que impossibilita a definição do sexo em grande parte dos casos.

O cabelo merece um tópico especial. Em geral não são alinhados, premia-se aqueles que conseguem achar naquela cabeleira dois únicos fios do mesmo tamanho. Difícil também é achar um que não de nojo de chegar perto, parece que cheira mal mesmo. Embora sejam totalmente desalinhados em uma cabeça, são idênticos quando analisados em várias cabeças, todas próximas. Lembra aqueles 'cabelinhos' que tinha no playmobil, que só mudava a cor: amarelo, marrom, preto, branco. Ah não, branco não tem, mas tem verde, azul, rosa, etc. É uma fauna bem diversificada e colorida.

As roupas também são bem estranhas às vezes. Nem sempre, mas é muito comum vê-los com roupas de oncinha, zebrinha, tudo muito justo, provavelmente pra aumentar a cara de sofrimento. Beijam-se, agarram-se e fotografam-se desesperadamente.

Os pasmos, bem, os pasmos apenas observam o que não dá pra não observar e escutam comentários que os fazem pensar na maravilha que seria se a audição fosse voluntária, como a visão. Mas os pasmos emocionam-se mesmo quando, por acidente, acabam deixando o carro num lado do parque habitado apenas por um dos grupos, os homos. Mas os pasmos também brincam, correm, beijam, conversam, riem, tudo em menor grau do que os outros, com bem menos alarde. Mas deve ter um monte de pasmos por lá, loucos pra migrarem pros outros grupos.

Eu? Apenas observo, pasma.

Um comentário:

disse...

Menina, imaginei o Ibirapuera quase como uma arca de noé. rs. Gostei da descrição. Eu, que nunca estive em São Paulo, quiçá no Ibirapuera, imaginei completamente a cena. :)