22.7.08

Festival de Inverno - Segundo Final de Semana

O bom da vida é esse ócio!

Ócio? Ócio nada. Pra quem queria ir a Paranapiacaba assistir os bons shows que rolaram nesse final de semana, a vida não foi fácil não. Mas nós estávamos lá. Mesmo com a facilidade imensa de não precisar enfrentar filas pra retirar ingressos e entrar em shows, não foi fácil a sobrevivência na Vila, principalmente no domingo. É fato: a Vila não comporta mais o festival. Pra quem não conhece, trata-se de uma Vila no meio do nada, bem afastada das cidades vizinhas. Pertence a Santo André, mas pra chegar até ela, temos que atravessar as cidades de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, pegar uma estrada nada amistosa. Esse deve ter sido o motivo de tanta gente preferir os meios de transporte públicos. Mas olha, esperar três horas numa fila pra pegar um ônibus desanima qualquer um.

A infra estrutura da própria Vila também não comporta mais o público atraído pelo festival. Durante os dias, era comum a falta de energia em vários estabelecimentos como bares e restaurantes. No domingo essas quedas de energia foram mais freqüentes, até o derradeiro blackout no final do dia, espantando os milhares de visitantes de uma vez só. Caos.

Os shows? Ah, ótimos! No sábado teve Lenine, que esbanja simpatia no palco. Pra ser bem sincera, sou fã de coletânea do Lenine, não conheço a fundo o repertório não, mas tudo o que eu queria, escute. Alzira e a Torre, Dois Olhos Negros, Paciêcia, linda, linda. Sábado teria também Marina De La Riva, mas foi cancelado.

Domingo foi o grande dia. O maior show foi de Zeca Baleiro, letras e melodias maravilhosas. Zeca fala pouco entre as músicas, e a platéia canta e dança do começo a fim. E no fim, com direito ainda a um trecho de Walter Franco. Zeca foi o maior show, mas, não desmerecendo um ótimo show, não foi o melhor.

O melhor show foi do Mawaca. Pra quem conhece, dispensa comentários. Pra quem não conhece, só entrando no site delas pra ver do que se trata. É um grupo com sete vocalistas e alguns músicos, que cantam músicas folclóricas, etnicas, pesquisadas em cada região do planeta. Um show lindo, musicalmente e estéticamente falando. Na minha opinião, esse sim foi o melhor show do festival.

Semana que vem ainda tem, mas não vou. Tem Zé Ramalho em Ribeirão Pires, é pra lá que vou. Portanto, o festival em algumas palavras chave: ótimos shows, infra estrutura ruim, péssimo sistema de transporte, copos cheirando a mofo. Sim, no bar que adotamos como o melhor, devido à sua generosa porção de calabresa acebolada, os copos de vidro tinham um cheiro de armário de madeira embolorado. Mesmo assim voltamos lá. E acho que valeu a pena. Mais fotos de tudo, no multiply.

Ah, claro. Ninguém acertou a resposta do post anterior. O desfecho é a alternativa D. Pois é, dizem que não podemos negar esses chamados, né... Sei não. As pessoas dizem que lá pras bandas de onde isso aconteceu tem um guarda noturno, que naquela hora deveria estar saindo do posto. Pode ser que ele tenha parte nisso tudo.

Um comentário:

Bruno S. disse...

Gosto muito dos dois Zés, o Ramalho e o Baleiro, e fico me coçando por ainda não ter ido em shows deles. Mas tenho DVDs de shows, pelo menos, e é aí que percebi esse fato do Baleiro falar pouco entre as músicas. No DVD que tenho ele não só quase não fala como parece ser um cara apático no palco - diferente de como é em entrevistas, todo simpático. Fiquei meio decepcionado com o cara... Já o Ramalho é cheio de energia do início ao fim.