19.3.08

Carta desapaixonada

ou O Fim do Nada

Ontem nos vimos, hoje também, na mesma carona. Isso não significa que as coisas sejam como antes, entenda. Muita coisa mudou desde aquele novembro, quando nos conhecemos e fiz de tudo por um contato, qualquer coisa que viesse de você, migalhas dormidas do teu pão.

Não é estranho, não sou má, nem quis brincar com você, apenas tudo mudou. Não tenho alguém e nem quero mais ter você. Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais, já quis, já passou. Sim, quero outro, não você.

Se você tem perguntado sobre mim, deve sabe que a ordem das coisas na minha vida segue rápido, a mesma rotina: quero, tento (às vezes muito), não consigo, desisto. E hoje eu sigo sozinha, sempre no meu caminho, solta e apaixonada. Coração ligado...

Ironicamente, quando desisti você lembrou de mim, passou a perguntar a todos que me conhecem, rodear, chegando cada vez mais perto. Sei, sei, entendo. Fiz o mesmo alguns meses atrás. E mesmo todos dizendo o que devo fazer, ninguém vai me dizer o que sentir.

Hoje a única coisa que te ofereço é uma carona se te encontrar no caminho, mas não me espere. Sinto muito. Aliás, não sinto. Não tenho culpa, nem você, apenas não aconteceu, e nem vai acontecer.

SOU MAIS FELIZ
Pedra

Se já disse tudo o que tinha a dizer,
esse papo já não dá mais pé, pra nós.

O amanhã se pode escrever diferente,
se sou eu que traço a linha do que me faz bem.

Mas já não quero mais, teu amor já não me satisfaz.
Quem sabe sou mais feliz.

Mas venho me acompanhando há mais de um ano.
E tô sempre comigo mesmo,
Da hora que acordo, até a hora que consigo dormir.

Então, se disse tudo o que tinha a dizer.
Esta noite eu tenho planos, e já não incluem você.

Mas já não quero mais, teu amor já não me satisfaz.
Quem sabe sou mais feliz.

Amigos que já nem temos mais, pelas portas que trancamos.
Costuram a nossa solidão.

Mas já não quero mais, teu amor já não me satisfaz.
Quem sabe sou mais feliz.

3 comentários:

Edu Guimarães disse...

Forte isso. Nem triste, nem leve, só forte.

Mike disse...

Já que vc intercalou confissões desapaixonadas com músicas, também o farei neste comentário de admiração.
Lembrou-me muito uma música da Adriana Calcanhotto...
"Eu ouvi dizer que vc assim, como quem não quer nada, perguntou por mim. Agora? Logo agora? Justo agora?"

É isso, a vida prossegue... talvez por vezes valha a pena reconsiderar paixões antigas, outras vezes não... o lance é seguir e se o tal amor do passado pedir uma carona distraída, o guiar... para uma outra direção.

Mila disse...

Aquele velho clichê "só valorizamos depois que perdemos".
E, falando em músicas também, me lembrei de uma outra: "Eu sei que me disseram por aí E foi pessoa séria quem falou Você tava mais querendo era me ver passar por aí".
Tenho um imã incrível que de vez em quando atrai tudo que é paixão do passado. Antes eu encarava umas sessões de "vale a pena ver de novo", mas cansei.
O difícil é fazer o outro entender que não dá mais, mas sem magoar.

***

Aquele meu caso Amigo X Amor já tem se arrastado há tanto tempo que eu nem sei mais se vale a pena.
A amizade vale. Muita coisa vivida e partilhada com ele.
O amor é que eu não sei.
Às vezes eu penso que se eu suportei até agora, é porque deve ser algo especial mesmo, deve ter um "prêmio de compensação" pra mim, lá na frente.
Mas, por outro lado, se eu arrastei esse sentimento até agora e nada aconteceu, talvez seja um sinal 'pacífico' me dizendo para desistir enquanto há tempo, sem estragar a amizade.
Ai! Confusões! Muitas confusões! rs

***
Fiquei curiosa sobre Santo André! Vou esperar o seu post.

Beijo