18.5.10

Virada Cultural 2010

Meu terceiro ano na Virada. Algo me dizia pra não ir. Não vai, não vai, você precisa se resguardar, precisa descansar pro que vem por aí (próximo post eu explico o que vem por aí). Mas eu fui. Já desde o início, quando vi a programação não fiquei lá muito empolgada. Esperava como a maior atração o Rick Wakeman, mas nada, ele não veio. Sobrou pouca coisa interessante pra ver, mas mesmo assim, resolvi ir.

Nesse ano a Virada sofreu algumas alterações, como por exemplo, a maior distância entre palcos. E como estavam longe! As melhores e maiores atrações estavam distribuídas em três ou quatro palcos no centro, mas em pontos tão distantes, que era impossível assistir a dois shows em menos de 1 hora. Pra quem quer ver de tudo um pouco, a peregrinação foi grande. Aliás, sugestão pra organização da Virada: criem um roteiro de peregrinação pro ano que vem, algo como um caminho da fé em nome da arte, com distribuição de fitinhas e tudo mais. É sério, quem quer ver o máximo que pode, cansa, machuca os pés, passa sede e fome. É uma peregrinação, um sacrifício mesmo. Seja lá quem for, o santo protetor das artes deveria abençoar a gente!

Uma ótima surpresa foi no palco da Vieira de Carvalho, no Largo do Arouche. Lá tocou o Desengonçalves (André Abujamra e Guilhermoso). Os caras tocam músicas do Nelson Gonçalves, que já são clássicas só pelas letras, mas todas com arranjos de rock, algumas punk rock. Sensacional! Um show que eu quis ver e não me agradou foi o da Patrulha do Espaço. Já tinha visto várias vezes, mas nunca com o Percy no vocal, e o próprio não fez a lição de casa. Nitidamente sem ensaio, foi um show bem sem graça, muito aquém do que costuma ser um show da Patrulha. Uma pena. Ah, olha só, como esquecer de falar da muvuca? Minha gente, o Largo do Arouche estava simplesmente inpraticável lá pela hora do show do Sidney Magal. Não só pela atração, mas lá mistura-se o público do show com o pessoal das baladas GLS, vira um vuco vuco só. Acredite, tinha até um carro divulgando um candidato a sei lá o que, de um partido intitulado de Partido do 3º Sexo. É.

Tanta coisa longe demais... Não vi Zélia Duncan, Arrigo Barnabé, Palavra Cantada, Arnaldo Antunes. Na verdade, acho que só faltou isso do que me interessava, e ainda assim, não valia a correria. O Arnaldo eu acabei vendo quando passei pelo Titãs. Gente, é sério. Como é que o Titãs hoje em dia ainda atrai tanta gente? A pista vip virou o inferno na Terra durante o show deles. Poupem-me.

Louco demais também foi a Suspensão Corporal na Galeria Prestes Maia. Aquilo é sensacional, e digam o que quiserem, vendo aqueles ganchos na carne da garota que estava sendo suspensa, até senti um pouco de inveja. Aquilo deve ser uma adrenalina única na vida. É sensacional a expressão de dor misturada com uma satisfação louca, uma euforia mesmo. Incrível.

O que mais? Importante dizer que a Virada tem duas caras, só quem vai a noite e volta durante o dia é que entende isso. A noite as ruas de SP são tomadas por bêbados, loucos, pessoas transando, vomitando, caídos, adolescentes em sua maioria. Mas no domingo tudo muda... domingo lá pela hora do almoço é possível encontrar famílias passeando onde outrora parecia um campo de batalha. Engraçado isso, parece outro evento mesmo. Só não muda a sujeira e o cheiro de urina, que é presente no centro inteiro.

Se eu gostei? Gosto sempre, não presto. A gente sofre, morre de tanto andar, mas eu sempre gosto e sempre falo que no ano que vem, talvez não valha a pena ir. Ano que vem a história se repete, já ouvi falar que Rick Wakeman vem em 2011.

Fotos aqui:
http://www.flickr.com/photos/belgasparotto

Um comentário:

Mila disse...

Eu queria muito ter ido (de novo, porque todo ano "eu queria muito ter ido" e nunca consigo), mas me faltou companhia e coragem de ficar sozinha pelas ruas até de madrugada.
A esperança é sempre o ano que vem.
E que a Céu esteja lá de novo, porque era exatamente quem eu mais queria ver. O que consolou um pouco foi a Cultura ter exibido o show ao vivo.
Não é a mesma coisa, né, mas... =/