20.11.10

Skank e as bandas nacionais

Eu devo ter nascido ouvindo rádio, então acho que tenho alguma autoridade pra escrever minhas opiniões sobre música. Hoje fui ao show do Skank no Citibank Hall, em São Paulo, e o que vi me fez pensar muito em tudo o que eu ouvi e ainda ouço.

Todas as bandas de pop-rock nacional que eu passei minha vida até aqui ouvindo praticamente acabaram. Ou então, o fim teria sido o que e melhor poderia ter acontecido. Exemplos claros são o Titãs (Quem é o Titãs hoje? O Branco Mello?) ou o Capital Inicial. Outras bandas chegaram num ponto bacana e pararam, por exemplo, Paralamas do Sucesso. Não me queixo do Paralamas, veja bem, mas pra falar a verdade, nem sei se eles não decaíram depois dos discos que eu mais gosto, do final da década de 90. Outras ainda já nem eram grande coisa, e continuam sendo quase nada, Ultraje a Rigor, Inocentes, Plebe Rude, etc. O fato é que a maioria delas, de uma forma ou outra, não sobreviveram ao ano 2000, perderam algo ou tudo.

Mas a história não é igual pro Skank. Com uma aparição um pouco mais tardia do que as bandas que já citei, eu lembro até hoje do primeiro clip que rolava na MTV, lá pra 1993. Não que eu gostasse. Mas o fato é que os caras eram estranhos, tocavam um som mais estranho ainda e não me agradava. Aí lançaram outro clip. E outro, e outro. A cada disco era inevitável notar que os caras cresciam, não necessariamente que me agradasse. Relutei contra o pop do Skank até o dia em que lançaram o Cosmotron, em 2003. Tinha que admitir, a banda aprendeu a fazer o que eu queria ouvir. E vieram as parcerias com o pessoal do Clube da Esquina, letras maravilhosas, melodias simples e sensíveis. Sim, uma banda de pop-rock, simplesmente, mais pop do que rock, mas é boa e só melhorou ao longo dos anos.

Hoje no show que durou quase duas horas vi minha adolescencia passar na minha frente. Músicas que por puro preconceito eu negava que ouvia, ou que gostava, afinal, eu era do rock. Foda-se. O pop tá aí pra ser ouvido. Músicas que tocaram tanto que não me permitia uma avaliação na época hoje me soam muito bacanas, como Pacato Cidadão, Tão Seu, Saideira, Te Ver, Jack Tequila. Outras, lindas, me emocionam, como Balada do Amor Inabalável, Resposta, Sutilmente, Ainda Gosto Dela. Outras animadíssimas, dignas daquelas festas loucas de final de ano, Três Lados, Vou Deixar, Garota Nacional, É Uma Partida de Futebol.

Sim, Skank cresceu. E hoje eu também cresci e admito, gosto sim do Skank. Se tiver oportunidade de ver de novo, não pensarei duas vezes. Já pra ver outras bandas nacionais, depende muito. Mesmo as que eu sempre, desde o início, gostei.

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