13.9.10

No provador

Entrou na loja que sempre entrava. C&A. Dificilmente comprava ali alguma roupa, tudo muito pequeno, rarapemente tinha algo para o seu tamanho. Passou entre os cabides, e foi pegando uma, duas blusinhas, um vestido, duas calças jeans. Tudo num tamanho que nem se lembra quando foi a última vez que comprou, tamanho 44. Seguiu ao provador.

As calças. Uhm, entraram. Fecharam. Olha de um lado, olha do outro, uhm, precisariam ser apertadas na cintura. Deixa-as de lado. As blusinhas. Experimentou uma, tão simples e tão cara... não. A outra, tão cara quanto a primeira, de renda, do tipo que ela nunca usaria, não frequenta lugares pra usar esse tipo de roupa. Pro cabide. O vestido. Serve, largo, porém curto. Ainda não se sente confortável pra usar um vestido mostrando os joelhos. Cabide.

Pega todas as peças e segue para a saída do provador. Com um leve sorriso nos lábios que não demonstram nem a metade da alegria que sentia por dentro devolve todas as roupas para a funcionária da loja e sai feliz da vida. Ao sair do provador o sorriso aumenta, fica menos discreto. Tamanho 44. Sente vontade de pegar o celular e ligar pra alguém só pra contar o que acabou de descobrir, seu mais novo número de manequim, tamanho 44.

Sai da loja, antes de chegar no carro ainda olha pra dentro de uma loja de tamanhos especiais como quem vê uma fotografia antiga, de um antigo relacionamento, sem um pingo de saudade. Muito feliz!